sábado, 5 de abril de 2008

Pirulito contra Cárie

Guloseima criada por cientistas americanos promete combater a bactéria responsável pelo problema


É tudo o que a criançada sempre sonhou: pesquisadores americanos anunciaram na última semana a invenção de um pirulito que protege contra a cárie. Isso mesmo. Embora possa parecer contraditório, os cientistas da Universidade da Califórnia, criadores da novidade, garantem que a guloseima tem o poder de prevenir a formação do problema. Segundo eles, o efeito seria resultado da ação de uma substância extraída da planta alcaçuz. O composto agiria contra a Streptococcus mutans, a bactéria causadora da cárie. O produto, por enquanto disponível no sabor laranja, já está sendo comercializado por uma empresa de Michigan, também nos Estados Unidos, que obteve a licença da universidade para fabricar o doce.
O desenvolvimento do pirulito foi coordenado pelo microbiologista Wenyuan Shi. Ele passou os últimos oito anos pesquisando compostos que potencialmente poderiam matar o germe causador da cárie, até chegar à tal substância extraída do alcaçuz. “Ela realmente tem o poder de destruir as bactérias”, garantiu o pesquisador à ISTOÉ. De acordo com Shi, nos estudos feitos até agora, ficou demonstrado que o consumo de dois pirulitos durante dez dias é suficiente para matar 80% das bactérias.
O que eles não sabem é por quanto tempo dura a proteção. “Ela irá variar de acordo com o estilo de vida da pessoa”, diz Shi, referindo-se principalmente ao fato de que, quanto mais açúcar for consumido, menor seria a blindagem contra a Streptococcus mutans. “Mas não temos um período fixo de proteção assegurada”, admite o microbiologista. Porém, ele recomenda que o produto – que obviamente não contém açúcar – seja consumido a cada três meses. Shi também ressalta que, apesar da ajuda do doce, ninguém pode deixar de escovar os dentes corretamente, e na freqüência adequada.
Apesar das argumentações do cientista americano, a novidade está sendo recebida com cuidado entre os especialistas. Na opinião da dentista Silvia Chedid, consultora em odontopediatria da Associação Brasileira de Odontologia, é preciso aguardar mais tempo para saber se o pirulito de fato é eficaz como preventivo. “O princípio é interessante, mas ainda são necessários estudos mais detalhados sobre o produto”, afirma.

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